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O plano orçamentário diz respeito ao planejamento, execução e controle dos gastos da manutenção necessários para garantir a disponibilidade e confiabilidade dos ativos.

Quando bem elaborado pode impedir que a empresa tenha gastos não planejados como o aumento de custos com a compra de materiais para serviço de manutenção (de última hora), contratos de emergência, comprometimento do ROI (Retorno Sobre Investimento), entre outros. Deve identificar os custos e investimentos envolvidos no processo de manutenção.

Ou seja, é um documento planejado e estruturado que define quanto será investido nas atividades de manutenção de uma empresa em um determinado período (geralmente anual).

Ele contempla os valores previstos para manter os ativos físicos operando com segurança, eficiência e confiabilidade. Por isso, é essencial definir o planejamento orçamentário a fim de estruturar os processos de planejamento, execução e controle dos gastos da manutenção.

Os objetivos do Plano Orçamentário abrangem, por exemplo:

  • Garantir recursos financeiros suficientes para manutenções corretivas, preventivas e preditivas.
  • Evitar surpresas financeiras com falhas inesperadas.
  • Apoiar a tomada de decisões estratégicas (ex: terceirizar ou não, investir em sensores, renovar contratos).

O plano orçamentário de manutenção deve conter, por exemplo:

CLASSIFICAÇÃO DOS CUSTOS: Custos fixos: salários da equipe, contratos com terceiros, sistemas CMMS, treinamentos; Custos variáveis: peças de reposição, materiais, serviços externos, imprevistos; Investimentos (CAPEX): novos equipamentos, sensores IoT, ferramentas; Despesas operacionais (OPEX): manutenções rotineiras, corretivas e preventivas.

PREVISÃO DE CONSUMO DE PEÇAS E MATERIAIS: Baseado em histórico, planos de manutenção e criticidade dos ativos.

CUSTOS POR TIPO DE MANUTENÇÃO: Ex: 40% preventiva, 30% preditiva, 25% corretiva, 5% melhorias.

INDICADORES DE DESEMPENHO (KPIS): Custo por ativo, custo por falha, MTTR, MTBF, % do orçamento utilizado, etc.

RESERVAS PARA CONTINGÊNCIAS: Fundo emergencial para falhas críticas não previstas.

CRONOGRAMA DE DESEMBOLSO: Distribuição dos gastos ao longo dos meses, considerando sazonalidades ou paradas programadas.

Exemplo Simplificado

ITEMTIPOVALOR (R$)MÊS DE EXECUÇÃO
Contrato de calibraçãoFixo12.000Janeiro
Compra de rolamentos críticosVariável8.000Abril
Análise de vibração externaVariável15.000Trimestral
Troca de motor ventiladorEmergência6.500Sob demanda
Software CMMSFixo (OPEX)24.000Anual
Treinamento em termografiaInvestimento5.000Junho

Fique atento, não basta só planejar o orçamento — é preciso gerenciar:

  • O que está sendo gasto;
  • Como está sendo gasto;
  • Onde estão os desvios;
  • E o que pode ser otimizado.

Assim, o Gerenciamento do Orçamento de Manutenção é o processo contínuo de acompanhar, controlar, ajustar e analisar o orçamento da manutenção, garantindo que os recursos financeiros sejam usados da melhor forma possível, sem surpresas e sempre alinhados aos objetivos da empresa.

O gerenciamento do orçamento de manutenção visa:

  • Evitar estouros de orçamento;
  • Controlar custos sem comprometer a confiabilidade;
  • Identificar oportunidades de economia;
  • Justificar investimentos com base em dados;
  • Dar visibilidade à liderança sobre o desempenho da manutenção.

As etapas do gerenciamento do orçamento de manutenção são:

PLANEJAMENTO: elaborar o orçamento anual, como vimos antes; basear-se em históricos, planos de manutenção e metas da empresa.

ACOMPANHAMENTO E CONTROLE MENSAL: Comparar orçado vs. Realizado; Analisar desvios (por que gastou mais? ou menos?); Atualizar previsões caso haja mudanças (projetos adiados, falhas imprevistas, etc.)

ANÁLISE DE INDICADORES: Ex: custo de manutenção por ativo, % do orçamento executado, custo por tipo de manutenção; Avaliar se os gastos estão trazendo resultado técnico (menos paradas, mais confiabilidade).

TOMADA DE DECISÕES: Cortar, ajustar ou realocar recursos com base nos dados; Exemplo: investir mais em preditiva para reduzir corretiva.

RELATÓRIOS E COMUNICAÇÃO: gerar dashboards ou relatórios simples para a liderança; mostrar que a manutenção está sendo gerida com responsabilidade e visão estratégica.

Exemplo de relatório de acompanhamento (simplificado)

MÊSORÇADO (R$)REALIZADO (R$)DIFERENÇAMOTIVO / AÇÃO
Janeiro50.00055.0005.000Correia rompeu sem estoque, compra emergencial
Fevereiro45.00042.000-3.000Atividades de preventiva foram postergadas
Março48.00047.500-500Dentro do esperado

Ainda, é indispensável fazer o Controle dos Custos , processo de registrar, acompanhar e analisar todos os gastos envolvidos nas atividades de manutenção, com o objetivo de evitar desperdícios, otimizar recursos e garantir que os investimentos estejam trazendo retorno técnico e operacional.

Para isso, é necessário organizar os custos no intuito de facilitar a análise. Exemplo de categorias:

TIPO DE CUSTOEXEMPLOS
CorretivaPeças trocadas após falha, horas extras de emergência
PreventivaLubrificantes, checklists, peças programadas
PreditivaAnálises de vibração, termografia, contratos externos
MelhoriasModificações para aumentar confiabilidade
CAPEXCompra de máquinas, ferramentas, sensores
OPEXMateriais, mão de obra, contratos de rotina

Lembre-se de fazer o registro detalhado dos gastos , nesse caso pode ser usado  um sistema CMMS/EAM, planilhas ou software ERP para registrar:

  • Data do serviço;
  • Tipo de manutenção;
  • Máquina/ativo afetado;
  • Tempo gasto (horas-homem);
  • Peças/material usados;
  • Custo total da intervenção.

Quanto mais detalhado o registro, melhor será sua análise.

Além disso, deve ser feito um monitoramento periódico através de relatórios mensais de “orçado x realizado” e comparação por ativo, setor, tipo de manutenção, fornecedor. Por exemplo: a linha de envase teve 20% dos custos corretivos — vale investigar.

Alguns KPIs são úteis para o controle de custos (indicadores de performance financeira), tais como:

  • Custo total de manutenção – Soma de todos os gastos no período;
  • Custo por Ativo – Custo total / nº de ativos ou por ativo específico;
  • Custo por hora de operação – Custo / horas de operação do ativo;
  • % de custo corretivo – (Custo corretivo / Custo total) x 100;
  • MTBF e MTTR – Relacionam-se aos custos por refletirem performance;
  • ROI de Investimento – Retorno gerado por sensores, treinamentos, upgrades etc.

O Gestor de manutenção pode realizar análises com base no planejamento, gerenciamento e controle orçamentário da manutenção a fim de propor ações corretivas e preventivas pertinentes a:

  • Redução manutenção corretiva investindo mais em preventiva/preditiva;
  • Reavaliação contratos ou fornecedores com custo-benefício ruim;
  • Investimento em melhorias que tragam economia a médio prazo.

Quando a finalidade for apresentar para Lideranças, organize os dados de forma visual (gráficos, painéis, dashboards) já que é fundamental mostrar controle e maturidade da área, justificar novos investimentos ou recursos e  ganhar confiança da diretoria.

Portanto, tão importante quanto ficar atento aos custos da Manutenção, é entender que o custo da não manutenção vai além de uma falha, envolve lucro cessante (perda de produção); acidentes e impactos ambientais; produtos com baixa ou nenhuma qualidade; retorno sobre o investimento comprometido. 

Dica Gênesis para o Gestor:

O Planejamento Orçamentário da Manutenção é um dos requisitos da Manutenção Consolidada – Fortalecimento da Manutenção.

A seguir os pontos chave e as ações relacionadas ao planejamento, gerenciamento e controle do orçamento da manutenção:

PLANEJAMENTO ORÇAMENTÁRIO DA MANUTENÇÃO: Elaborar o planejamento orçamentário para a Manutenção.

GERENCIAMENTO DO ORÇAMENTO DA MANUTENÇÃO: Definir sistemática de registro dos custos de manutenção e comparação com o orçamento. Investigar a causa dos desvios de orçamento (previsto x realizado), em caso de divergências.

CONTROLE DOS CUSTOS   DE MANUTENÇÃO: Definir sistemática de controle e estratificação dos custos de manutenção por equipamento, por forma de atuação (preventiva, preditiva, corretiva, corretiva programada, melhoria), por mão de obra interna, materiais e terceiros.

*Esta e muitas outras dicas úteis e aplicáveis fazem parte do plano de aprimoramento que você recebe após a realização do Diagnóstico da Manutenção (Nível de Maturidade, Road Map e Plano de Aprimoramento,) criado pela Gênesis*

Autores: Mara Rejane Fernandes e Moisés Fernandes Dias

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