Manutenção e a Eficiência Global dos Equipamentos

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As empresas chegam ao patamar de classe mundial porque deixam de ser unidades com processos e estratégias fragmentadas e equipes desconectadas para se transformar em organizações sistêmicas que aprimoram sua gestão e desenvolvem equipes multifuncionais, tornando-se altamente competitivas.

Para isso, contam com profissionais de elevada competência, comprometidos e conectados por um propósito e um objetivo comum. E, principalmente, obtém os resultados almejados porque os projetos e programas de melhorias da eficiência global dos equipamentos tem apoio da alta gestão e de lideranças proativas.

Da mesma forma, o “dono da firma” pratica a cultura colaborativa e incentiva a relação ganha-ganha dentro de um ambiente organizacional, sabidamente constituído por pessoas valorizadas e áreas interdependentes.

E, justamente por interagir e agir em um ecossistema empresarial composto por pessoas com características, funções e metas setoriais diferentes, os profissionais de manutenção devem cooperar na construção de um ambiente confiável, equilibrado e sustentável capaz de garantir o alto desempenho do negócio.

Deste modo, a clareza do caminho da manutenção (onde estamos e para onde iremos) contribui para que as decisões e as ações de melhoria sejam assertivas, visando aumentar a eficiência global do negócio em curto, médio e longo prazo, focalizando no que trará benefícios para todos os membros da organização.

De acordo com Robert C. Hansen (2006) “Muitos componentes diferentes são necessários para um trabalho bem-sucedido. ”

Assim, suponha que o desafio do Arivaldo (nome fictício), um dos coordenadores de manutenção responsável pela área de Corte X1 da empresa Mega Alfa Beta Ltda (nomes fictícios) é definir objetivos, estratégias e soluções para melhoria da efetividade dos planos de manutenção planejada (situação real de alguns).

Nesse caso, é fundamental perceber que a efetividade dos planos está intimamente ligada a disponibilidade dos equipamentos, garantia da estabilidade operacional da área Corte X1 e, sobretudo, na eficiência global da empresa.

A partir dessa situação, o gestor precisa compreender de que forma a manutenção se insere na visão global da organização, ou seja, qual é a contribuição da manutenção para a competitividade do negócio?

O que deve ser considerado inicialmente é o próprio processo e as estratégias de manutenção bem como as pessoas (funções, responsabilidades e entregas). Então, para melhoria da efetividade dos planos de manutenção planejada será necessário direcionar e organizar os processos e rotinas de planejamento, programação, execução, controle e ações de melhoria.

Outro componente importante é aprimorar o relacionamento e a identificação de quais áreas estão envolvidas e influenciam diretamente na disponibilidade e performance do equipamento e na qualidade do produto.  Por exemplo:

    • Compras: seguir as especificações e parâmetros, avaliação de fornecedores e atributos de fornecimento, logística.
    • Produção e PCP: negociação para realização das intervenções e paradas.
    • RH: parceria na contratação e na capacitação equipe de manutenção.
    • Almoxarifado: estocagem correta e liberação de peças.

Também os fatores externos que afetam a atuação do negócio devem ser conhecidos e avaliados para melhorar o desempenho da manutenção, tais como: situação econômica local e global, competitividade, demanda, variedade de produtos, processo produtivo, canais de distribuição, fornecedores de produtos e serviços.

Tudo isso para que a empresa seja eficaz, ou seja, fabrique produtos bons com a qualidade requerida para satisfazer em curto e longo prazo a demanda de mercado. Para que isso ocorra, a disponibilidade e performance dos equipamentos devem estar garantidas na medida certa e, todos as áreas se comprometerem com alto desempenho da organização.

Sendo assim, a eficiência global dos equipamentos está profundamente ligada ao resultado tanto do desempenho da manutenção quanto do desempenho das demais áreas. Um indicador chave utilizado nas empresas de classe mundial que engloba a organização e está relacionado diretamente com a disponibilidade e produtividade é o OEE – Overall Equipment Effectiveness ou Eficiência Global dos Equipamentos.

A integridade na coleta, registro, análise e divulgação das medidas do OEE fornece os conhecimentos necessários para detectar as anomalias que prejudicam o alto desempenho global da planta. Da mesma forma, o OEE pode nortear a identificação da fonte das ineficiências e revelar as oportunidades de melhoria.

Lembrando, geralmente a dificuldade não está em fazer melhorias, sim em saber aonde, como e quando, por isso, é tão importante analisar a causa raiz dos problemas e os indicadores de performance para definir quais são as prioridades e por onde começar.

Portanto, realizar melhorias significativas na disponibilidade e performance dos equipamentos deve ser uma prática constante e disciplinada da Manutenção.

As questões base para manutenção são:

    • Quais as estratégias e processos de manutenção cooperam para que o percentual de tempo de fabricação seja realmente produtivo?
    • De que forma o desempenho do processo de manutenção (medido pelos principais KPI´s) está alinhado e contribui positivamente para o alto desempenho do processo de fabricação?
    • É possível garantir que 100% do tempo da vida do ativo se produz peças boas, o mais rápido possível e sem tempo de parada?

 

Dica Gênesis para o Gestor:

É fundamental a compreensão de que a eficiência global dos equipamentos está relacionada diretamente com a visão que os funcionários e a alta administração constrói do todo organizacional. Pergunte-se:

    • De que maneira meu propósito está ligado ao propósito da manutenção e da organização onde estou atuando?
    • Como o meu trabalho contribui para o desenvolvimento do trabalho de meus colegas e como impacta o cliente final?

 

Autores: Mara Rejane Fernandes e Moisés Fernandes Dias

Fonte: Eficiência Global dos Equipamentos, Robert C Hansen, 2006

 

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