A Ordem de Serviço é o principal documento da manutenção, fonte para formação de histórico confiável, tomada de decisão certa e melhoria contínua. Evidentemente, desde que todas as informações solicitadas sejam preenchidas com acurácia e transformadas em conhecimentos e lições aprendidas.
É de suma importância no processo de manutenção porque se bem gerenciada fornece dados acessíveis e confiáveis, histórico das intervenções, suporte para ações estratégicas e promove a aprendizagem dos envolvidos e da própria organização.
Além disso, os dados contidos nesse documento auxiliam na priorização das atividades de manutenção, no controle da realização dos serviços e servem de base para definição de boa parte dos indicadores de performance da manutenção. Alguns dados que podemos extrair para controle e melhoria:
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- Número de falhas ocorridas;
- Tipo de falhas ocorridas;
- Tempo de máquina parada;
- Tipo e número de peças que estão sendo substituídas;
- Profissionais e especialidades envolvidas em cada serviço;
- Custo por serviço (interno e externo) e custo acumulado;
- Datas de realização de cada serviço;
- Tempo de realização de cada serviço (horas trabalhadas).
Da mesma forma, a OS colabora para decisão fundamentada, a medida em que fornece informações seguras para decisões tais como: necessidade de reforma ou substituição de um equipamento; criação ou revisão de um plano de manutenção preventiva; implantação da manutenção preditiva; elaboração de um check list de rota de inspeção; elaboração de um plano de lubrificação.
Ou seja, qualquer ação para garantir o máximo desempenho dos equipamentos, satisfação dos clientes e redução de custos e riscos, principalmente, respeitando a criticidade dos ativos e sua contribuição para o negócio.
Porém, essa rica fonte de análise, muitas vezes, é vista como burocracia e um processo desnecessário, assim, a própria liderança e os gestores contribuem para a instauração de um clima de resistência para abertura da ordem de serviço e os registros tornam-se incompletos e pouco confiáveis.
Também percebemos que alguns profissionais subestimam a importância desse documento e, esse comportamento é tanto do solicitante quanto do próprio pessoal da manutenção. Aqui cabe destacar algumas informações básicas que deveriam ser preenchidas pelo solicitante e mantenedor:
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- Produção: área/setor; equipamento (estrutura de tag); tipo de manutenção; sintoma (descrição do problema); solicitante e data.
- Manutenção: data da intervenção, hora de início e término, horas trabalhadas, técnico responsável, hora de máquina parada, código do defeito; causa (descrição da causa do problema); ação corretiva (o que foi feito para solucionar o problema); material utilizado (o código, a quantidade e a descrição do material utilizado).
Para mudar esse cenário, o caminho é fortalecer a ordem de serviço, pois ela é imprescindível para otimizar o fluxo de informação ao longo do processo de manutenção.
É essencial a liderança ser orientada pela gestão de resultado e compreender que sem um histórico de equipamentos e indicadores de performance que comprovem a confiabilidade dos ativos será muito difícil gerenciar o processo de manutenção como um todo.
Por esses motivos, torna-se evidente a necessidade de se criar uma sistemática efetiva para a ordem de serviço:
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- Definir as informações relevantes, ou seja, o que é importante ser preenchido na ordem de serviço – por exemplo, tempo da intervenção, as peças sobressalentes utilizadas, se houve parada de máquina, serviços terceiros, então, se define todas informações essenciais.
- Criar uma sistemática de encerramento das OS’s, ela só pode ser finalizada no momento que todas essas informações sejam relatadas.
- Treinar e desenvolver as pessoas envolvidas para cumprir essa sistemática.
- Implantar os indicadores de performance da manutenção e gestão à vista, no momento que as pessoas percebem que as informações preenchidas, transformaram-se em indicadores e estes estão ajudando no dia a dia, fortalece esse ciclo positivo.
- Determinar reuniões sistemáticas de acompanhamento das ações e resultados, com isso, a equipe, tem acesso ao desempenho da manutenção, sabendo se precisa atuar para manter ou fazer ações para melhorar o resultado.
A partir isso, a liderança deve conquistar o comprometimento da equipe de manutenção, para isso, precisa envolver seus componentes no planejamento, análises e melhorias, por consequência, os profissionais sentiram a necessidade de apontar corretamente as informações no momento da intervenção, uma vez que irão utilizá-las posteriormente.
Porque uma coisa é certa, se a última vez que o técnico vai ter contato com as informações da intervenção é quando estiver preenchendo a ordem de serviço, pode ter certeza que não dará muita importância para esse processo.
Portanto, o compromisso com a confiabilidade dos registros parte do engajamento da liderança e do comprometimento da equipe de manutenção em gerar resultados, destacando que pessoas engajadas são pessoas “ouvidas e valorizadas”.
A acuracidade deve iniciar desde a abertura com a correta identificação da necessidade do solicitante, passando pelo preenchimento de todas informações relevantes pelos técnicos de manutenção até seu lançamento no software de gerenciamento. Assim, é possível desenvolver um sistema de gestão da manutenção eficaz.
Dica Gênesis para o Gestor:
Lembre-se de destacar que o preenchimento completo e correto de todas as informações solicitadas na ordem de serviço agrega valor ao processo de manutenção, principalmente, as informações básicas como fato, causa e ação das intervenções corretivas e preventivas:
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- FATO – DESCRIÇÃO DO PROBLEMA/FALHA, por exemplo: aquecimento; desregulagem; quebra/trinca; curto –circuito; fixação; contaminação /sujeira; refrigeração; folga; ruído anormal; cabos danificados; lubrificação; sinalização; corrosão; mau contato; mau contato; sobrecarga; desgaste; não liga; vibração; desalinhamento; queima; vazamento;
- CAUSA – DESCRIÇÃO DO POR QUE OCORREU O PROBLEMA/FALHA, por exemplo: aquecimento; desbalanceamento; oscilação; tensão corrente contaminação/sujeira; fim da vida útil; refrigeração deficiente; cabos danificados; isolação com danos; sobrecarga; desgaste; lubrificação; umidade; desalinhamento; mau contato; vibração; desajuste/desregulagem; operação inadequada;
- AÇÃO – DESCRIÇÃO DO REPARO/FALHA, por exemplo: ajustado/regulado; emendado; rearmado; resetado; alinhado; nivelado; filtrado; reforçado; balanceado; fixado; reapertado; soldado; calibrado; isolado; substituído; conectado; limpo; vedado; desobstruído, lubrificado.
Autores: Mara Rejane Fernandes e Moisés Fernandes Dias