Para Thomas Fuller, “O conhecimento dirige a prática; no entanto, a prática aumenta o conhecimento.”
E, como a prática aumenta o conhecimento?
Acreditamos que é através da ação baseada em dados e fatos confiáveis e no desenvolvimento de competências e habilidades, transformando potencial (possibilidade de fazer algo) em potência (energia usada para fazer algo).
O que se entende é que conhecimento e prática são elementos interdependentes e chave para que a potência humana seja produzida e se traduza em ação e inovação em prol do bem comum.
Desta forma, uma equipe de manutenção que desenvolve um comportamento inovador consegue compreender que a evolução de sua capacitação profissional abrange pensar sobre suas atividades de forma critica a fim de fazer coisas novas e melhores.
Assim, os membros do time de manutenção podem contribuir de forma significativa com soluções criativas, inovadoras e efetivas para segurança, qualidade, confiabilidade, disponibilidade e desempenho do processo de manutenção.
Certamente, pensar e fazer algo novo e efetivo na manutenção implica em:
- Observar como as coisas funcionam e se conectam no ambiente de manutenção;
- Imaginar novas maneiras de mudar e melhorar o processo de manutenção;
- Pensar em novas alternativas para agregar valor para as partes interessadas.
Mas, fique ligado, é fundamental averiguar se essa nova ideia, método ou objeto diferente dos usados anteriormente na manutenção se tornará relevante, será utilizado pelas pessoas, atenderá uma necessidade (como) e a razão pela qual a empresa investiria nessa nova solução.
Também, os profissionais de manutenção devem ter a oportunidade de perceber que suas entregas influenciam diretamente no resultado das pessoas, dos processos, das estratégias do setor e da organização, inclusive da sociedade.
Outro fator importante, ao analisar o fluxo do processo de manutenção de outras organizações para fazer benchmarking é essencial entender a necessidade de adaptações, pois sempre ao implementar melhorias deve-se levar em consideração as particularidades e a cultura organizacional na qual estamos inseridos.
Então, apesar da grande maioria dos gestores e lideranças reconhecerem que a potência motriz das organizações são as pessoas, entre os oito desperdícios encontrados no processo de manutenção, o que mais impacta e agrava os outros é o mau aproveitamento do potencial humano.
O mau aproveitamento do potencial humano acontece quando o talento das pessoas não é aproveitado e não gera valor. Em nossa opinião, o termo “aproveitamento” está relacionado diretamente a aplicação e valorização dos conhecimentos e boas práticas executadas pelos profissionais de manutenção.
A seguir, exemplos dos desperdícios de mau aproveitamento do potencial humano mais encontrados nas empresas e o direcionamento para a solução alinhada às melhores práticas de manutenção.

Por incrível que pareça, o desperdício de mau aproveitamento do potencial humano é recorrente em muitas empresas. É danoso tanto para manutenção como para toda organização, principalmente, porque não reconhece nem oportuniza o desenvolvimento com equidade, tampouco aplica de forma sistematizada os conhecimentos e expertise dos profissionais de manutenção.
Isso acaba reforçando a cultura reativa e a baixa moral da equipe de manutenção, a partir disso, fica evidente a urgência de promover a escuta ativa e estabelecer um espaço e tempo adequado para o aprimoramento dos talentos.
Cabe destacar, em um contexto de aperfeiçoamento profissional onde impera o respeito pelas pessoas é fundamental alinhar objetivos organizacionais e pessoais para que ambos sejam atingidos.
Lembre, se por um lado, as organizações são constituídas, crescem e entregam soluções a seus clientes por meio da colaboração das pessoas. Por outro lado, esses colaboradores precisam aproveitar seus conhecimentos, habilidades e atitudes em uma organização, visando um retorno financeiro, de benefícios, de segurança, de satisfação, de auto realização pessoal e profissional numa relação ganha-ganha.
Igualmente, esses profissionais de manutenção devem estar aptos tanto em nível técnico como comportamental, sendo capazes de agir de forma integrada para solucionar problemas e vislumbrar oportunidades de melhoria, desde que sejam lhe fornecidas as condições para que isso ocorra.
Portanto, fica evidente que os conhecimentos e competências adquiridas e assimiladas pelos profissionais de manutenção devem se transformar ações produtivas e efetivas em seu ambiente profissional.
Além disso, a aplicação da potência humana na manutenção está vinculada a conscientização de que todos são responsáveis pelo resultado, ou seja, o foco está no respeito pelas pessoas, eliminação dos desperdícios, aprendizagem e melhoria contínua.
Dica Gênesis para o Gestor:
Os eventos de educação e treinamento devem ser planejados e orientados pela prática da visão sistêmica, objetivando fundamentar e organizar as atividades de qualificação profissional na gestão da manutenção.
A saber, educação é um processo continuo e de ensino aprendizagem, por isso, envolve: SER (ter consciência de sua existência); CONHECER (compreender o significado); FAZER (dar utilidade ao seu saber); CONVIVER (coexistir e comprometer-se) e o ser (ter consciência de sua existência) para agregar valor as ações executadas pelos profissionais de manutenção.
A finalidade de Construir a visão da manutenção como um diferencial competitivo.
Autores: Mara Rejane Fernandes e Moisés Fernandes Dias