Conforme Anthony Peter Buzan “Você sabia que você usa menos de 1% do seu cérebro? A boa notícia é que o mapeamento mental pode ajudar você a acessar os outros 99%! ”
Esse escritor inglês criou o mapa mental visando utilizar todas as habilidades do cérebro humano para interpretar imagens, palavras, conceitos lógicos, números, cores, ritmos e percepção espacial com uma técnica simples e eficiente.
Por isso, essa representação gráfica imita a estrutura de um neurônio, ou seja, célula nervosa que conduz impulsos ao cérebro. Em média, o ser humano possui 86 bilhões de neurônios capazes de estabelecer conexões velozmente entre si e ao longo de todo o corpo ao receber estímulos externos ou internos (recebe, conduz, interage e transmite mensagens).
O mapa mental é uma ferramenta de gestão da informação, colabora para otimizar o aprendizado e a memorização através da representação visual do todo (centro) e suas partes (ramificações e sub ramificações).
Isso, ajuda a processar, entender, analisar, lembrar e comunicar informações de forma estruturada e interligar múltiplos caminhos e destinos para expor novas oportunidades de melhoria.
O que esses mapas têm em comum são a variedade de palavras, cores, imagens, linhas e símbolos interconectados que vão se ramificando a partir do objetivo central. As palavras usadas em diferentes formatos e tamanhos apresentam grande relevância na interpretação do mapa, pois auxiliam a determinar seu grau de proximidade com o tema central e os desdobramentos realizados a partir do núcleo.
Tudo isso para organizar os pensamentos de acordo com o funcionamento de nosso cérebro e facilitar a compreensão de determinada tarefa, conhecimento, metodologia em relação ao que representa e contribui para o todo.
Outro aspecto a ser evidenciado, o mapa mental pode ser feito tanto manualmente quanto com a ajuda de programas e aplicativos, aliás, existem muitos sites que disponibilizam essa ferramenta de forma gratuita.
Mas …. Por que aplicar o mapa mental no processo de manutenção?
Porque ao desenhar o mapa mental e colocar a manutenção de excelência no centro começamos a organizar visualmente seu funcionamento (perspectivas de atuação, processos, estratégias, metodologias) e suas conexões.
Essa visão geral, a princípio, estimula nosso raciocínio a:
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- Compreender o processo de manutenção e realizar associações de ideias;
- Entender melhor a relevância de determinada informação dentro do fluxo de valor da manutenção;
- Aprender e ser criativo, contribuindo para o desenvolvimento da mente e a descoberta de novas possibilidades de melhorias.
Então, essa representação gráfica da realidade mostra de forma resumida a função manutenção em um único espaço e tempo. Assim, a visualização das informações é feita com muito mais agilidade, tornando fácil reaver os dados, analisar e recordar pontos chave do processo de manutenção.
Da mesma forma, você passa a mentalizar e ampliar sua compreensão de:
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- Como a manutenção de excelência opera.
- Como as pessoas trabalham para construir a manutenção de excelência.
- Como os sistemas da manutenção funcionam.
Quando o mind map da manutenção estiver sendo criado em grupo é muito importante oportunizar momentos de reflexão para que os envolvidos percebam a ligação, as relações e os efeitos dessas ligações no ambiente interno e externo da manutenção.
Por exemplo, o sistema das ordens de serviço e a gestão de peças sobressalentes estão ligados e contribuem para a agilidade na intervenção, ou seja, para a Mantenabilidade, que por sua vez está relacionada e coopera para atingir a Manutenção de Excelência.
Ao visualizar e interpretar o mapa acima é possível perceber que todas as perspectivas estão ligadas e relacionadas entre si por meio do objetivo central, Manutenção de Excelência. Lembrando, tudo está diretamente relacionada ao aumento do desempenho da manutenção e a satisfação de seus clientes.
De maneira que o processo de manutenção agregue valor ao negócio.
O mapa mental deve ser coerente com a realidade, por esse motivo, necessita ser objetivo e desenhado por uma equipe de manutenção multidisciplinar, composta por pessoas que têm diferentes habilidades técnicas e comportamentais bem como distintas vivências profissionais.
Assim, a riqueza de ideias e o valor gerado na elaboração do mapa estará justamente no fato de que cada profissional tem seu modo único de perceber e interagir com o que passa ao seu redor e com os vários elementos que fazem parte do dia a dia da manutenção.
Todavia, para promover o consenso na escolha das palavras, imagens, direcionamentos e demais informações inseridas no mapa, será necessário praticar a compreensão coletiva. Em outras palavras, os envolvidos na organização dessa ferramenta de gestão da informação precisam estar alinhados e comprometidos com os objetivos e o propósito da manutenção, caminhando na mesma direção por compartilhar a mesma visão.
Lembre-se, a finalidade é simplificar com o objetivo de enxergar nitidamente o processo de manutenção. Por isso, deve ser estipulado um limite para inserir os elementos no mapa mental, senão, os profissionais responsáveis por sua produção correm o risco de gerar infinitas subpartes e perder o foco no objetivo central.
Tenha cuidado para não gerar tantas frentes de trabalho e ações que as pessoas nem saibam por onde começar e nem o que priorizar. É fundamental definir exatamente qual o nível de detalhamento que se pretende alcançar, ou seja, até onde queremos chegar?
Portanto, para que o mapa seja efetivo, o ponto de partida é a percepção individual dos membros da equipe sobre a manutenção de excelência.
Em seguida se oportuniza um “brainstorming” para que os responsáveis por sua elaboração, após compartilhar e filtrar as ideias mais relevantes, entrem em sintonia com relação ao que vai ser incluído ou excluído nas anotações.
Finalmente, os membros da equipe poderão lançar seu olhar crítico para analisar e interpretar o mapa mental da manutenção de excelência. Nessa etapa, geralmente, são produzidos vários insights e a visão sobre a manutenção se expande devido a visualização completa (palavras-chave, imagens, linhas, etc..).
Nota-se, após expandir a palavra-chave e os tópicos e sub tópicos estarem visivelmente relacionados, tudo estar organizado e colocado em uma sequência lógica, a percepção coletiva de que é possível melhorar o processo de manutenção se manifesta.
Cabe ressaltar, a evolução na maneira de enxergar a manutenção depende da interpretação pessoal de cada um, tanto em relação a agregar valor para o negócio quanto para os próprios membros da equipe.
Muitos profissionais, através da visão do mapa são capazes de perceber e mensurar o esforço e os recursos necessários para chegar a manutenção de excelência, compreendendo seu real significado e implicações.
Assim, a aplicação do mapa ajuda a equipe de manutenção a realizar uma navegação segura, orientada pela compreensão e visão geral da manutenção bem como pelo reconhecimento da contribuição de cada elemento e recurso representado dentro da jornada rumo a manutenção de excelência.
Dica Gênesis para o Gestor:
Existem vários elementos que você poderá incluir na elaboração do mapa mental que irão orientá-lo em sua navegação segura dentro do limite de espaço da manutenção de excelência: Exemplo de alguns desdobramentos:
- Objetivo central: Manutenção de Excelência
- Ramificações: DIRETRIZES, MANTENABILIDADE, CONFIABILIDADE, PROATIVIDADE E EXCELÊNCIA
- Sub ramificações:
- De DIRETRIZES => Estratégias; planejamento orçamentário; sistemas e processos da organização; inventário dos ativos; classificação de criticidade; estrutura organizacional; forma de atuação; sistema gestão computadorizado; atendimento e comunicação; indicadores de performance.
- De MANTENABILIDADE: cadastramento dos ativos; arquivo técnico; estrutura de tag e equipamento; sistema ordem serviço; gestão de materiais e peças sobressalentes; infraestrutura da oficina; adequação ferramental e equipamentos; desenvolvimento dos profissionais; indicadores de performance de mantenabilidade.
- De CONFIABILIDADE: lubrificação; rotas de inspeção; manutenção preventiva; manutenção preditiva; PCM; gestão paradas programadas; indicadores de performance confiabilidade; gestão contratos terceiros; manutenção autônoma; treinamentos operacionais.
- De PROATIVIDADE: análise de falha; engenharia de manutenção; normas regulamentadores, projeto e aquisição; desenvolvimento de fornecedores; indicadores performance proatividade; gestão custos – controle orçamentário; projeto melhoria contínua – Kaizen.
- De EXCELÊNCIA: planejamento estratégico; maximização OEE; custos otimizados; gestão global dos ativos; norma ABNT ISO 55.000xx-2014; Mobile; BSC
Ainda podemos ampliar o exemplo para as sub ramificações das sub ramificações:
- DIRETRIZES => Estratégias => politicas, estratégias, propósito, desempenho financeiro e operacional, alinhamento a organização, análise SWOT, equipe de manutenção alta, plano de ação objetivos e metas
Então, o primeiro passo será a elaboração do mapa mental da manutenção de excelência … depois, precisamos decidir: Qual direção escolher, por onde começar as melhorias?
