Sim! Na maioria das vezes os desperdícios estão visíveis. Contudo, alguns desperdícios ficam camuflados como se fossem atividades necessárias, geralmente, porque o processo de manutenção é analisado de modo fragmentado, inclusive o tempo de manutenção.
O desperdício consiste em atividade e utilização de recursos que não agregam valor para o cliente, sendo prejudiciais tanto para manutenção quanto para o negócio.
Os principais desperdícios encontrados no processo de manutenção estão relacionados a três categorias
- PESSOAS: movimentações desnecessárias; tempo de espera; mau aproveitamento do potencial humano.
- MATERIAIS: má gestão do inventário; má utilização das máquinas e ferramentas.
- PROCESSOS: gestão de dados ineficaz; repetição do trabalho; trabalho improdutivo.
Também, será fundamental realizar uma análise crítica do tempo médio da manutenção e suas principais etapas: preparação, intervenção e entrega.
Então, para trazer os desperdícios à tona e eliminá-los, apresentamos o Fluxo de Valor na Manutenção, segundo princípio da Manutenção Lean cujo objetivo é mapear todas as etapas do fluxo de valor da manutenção e eliminar os desperdícios e seus respectivos custos.
O foco é identificar as atividades que agregam valor (devem ser especificadas e otimizadas) e não agregam valor (devem ser evitadas e eliminadas) desde o início até fim do serviço de manutenção; gerenciar efetivamente a informação do recebimento da solicitação até seu encerramento; fazer pleno uso dos recursos durante todo o processo de entrega de valor ao cliente.
Lembre-se, as tarefas inevitáveis, são necessárias para agregar valor, devem ser analisadas a fim de verificar a possibilidade de melhorias ou de que o processo seja alterado ou aperfeiçoado.
Um exemplo é o processo de registro das informações nas ordens de serviço. O cliente não percebe valor, porém é uma atividade inevitável e crucial para a manutenção, pois permite a construção de um histórico confiável base para fundamentar a correta tomada de decisão.
O registro pode ser feito pelo técnico manualmente na ordem impressa e posteriormente lançada no sistema pelo PCM, isso gera retrabalho, tempo maior no processo, distorção das informações, entre outros desperdícios.
Uma possibilidade de melhoria do processo de registro é através da utilização de dispositivos móveis, assim o próprio técnico em tempo real faz os lançamentos, ganhando em agilidade, confiabilidade das informações e maior comprometimento dos técnicos com a gestão da manutenção.
Portanto, o mapeamento do fluxo de valor da manutenção ajuda a tornar os desperdícios visíveis, afim de fornecer serviços de manutenção de alto valor agregado e garantir a estabilidade do processo de manutenção de forma estruturada.
Autores: Mara Rejane Fernandes e Moisés Fernandes Dias
