Manutenção e a Simplicidade

Seja a primeiro a saber de tudo o que rola na Gênesis

Insira seu email e assine nossa Newsletter

Segundo Confúcio “A vida é muito simples, mas insistimos em complicá-la.”

Se por um lado, o mais simples flui porque é acessível, oportuno e eficiente, por outro lado,  o complicado bloqueia porque acumula muitas informações irrelevantes, exige recursos indefinidos, impõe decisões e etapas que esgotam o pensamento humano.

Assim, as coisas se tornam mais simples ou complexas conforme decidimos apresentá-las. O SIMPLES significa algo evidente que não precisa de inúmeras variáveis para ser definido e a SIMPLICIDADE é a qualidade de ser fácil de entender ou fazer.

Para implementar a simplicidade no processo de manutenção é essencial observar atentamente como os serviços estão sendo entregues e analisar como o trabalho está sendo feito e sua efetividade. A finalidade será esclarecer o fluxo de valor das atividades, a partir disso, propor alternativas simples de como torná-lo melhor sem desperdícios.

Por exemplo, observamos que os técnicos passam muito tempo aguardando peças, ferramentas e manuais. A partir disso, podemos sugerir soluções simples que podem contribuir para efetividade do processo de manutenção como um todo:

  • Mapear as peças críticas por equipamento;
  • Definir as peças disponíveis no estoque;
  • Desenvolver fornecedores;
  • Aprimorar a programação dos serviços a fim de organizar as peças necessárias por intervenção, definir as ferramentas por família de equipamentos e organizar o arquivo técnico para agilizar a busca de informações.

Basicamente, a gestão da manutenção busca a simplicidade para potencializar seu desempenho e satisfazer seus clientes, por isso, é tão importante desenvolver soluções fundamentadas em agregar valor para eles.

Isso, demanda resolver problemas reais, prioritários e latentes do ambiente de manutenção, consequentemente, da organização. Lembrando, os clientes da manutenção precisam de soluções definitivas que sejam simples e adequadas as suas necessidades com menos esforço e custo, ou seja, a manutenção deve fazer mais com menos.

Fique ligado, no contexto de manutenção, menos não significa menos qualidade, segurança ou desempenho, pelo contrário, significa uma rotina baseada na simplicidade onde é possível identificar o que deve ser feito com mais qualidade, segurança e desempenho para entregar serviços de alto valor agregado, eliminado os desperdícios.

Então, para que os profissionais de manutenção cumpram as funções de planejamento, programação, execução, controle e melhoria de modo mais simples e possam diariamente performar mais é imprescindível determinar sua proposta de valor, objetivos, metas e planos para alcançá-las.

Igualmente, o propósito, as diretrizes e as estratégias  de manutenção devem ser entendidas por toda equipe e estar alinhadas ao plano de negócio da organização.

Cabe repetir sempre, ser gestor de manutenção é fazer gestão (planejamento, organização, direcionamento e controle), visando maximizar e melhorar os resultados. Um ponto chave é a gestão de pessoas, afinal, são as pessoas que influenciam diretamente o sucesso ou fracasso de qualquer projeto.

Para tanto,  é muito importante identificar, compreender e vincular as reais necessidades, expectativas e ganhos para os clientes bem como verificar a viabilidade de tornar as coisas mais simples e melhores.

Por exemplo, a simplicidade aplicada a manutenção corretiva envolve eliminar a sua complexidade, verificando:

  • A manutenção corretiva possui inconsistências?
    • Ou seja, aplica ações e comportamentos diferentes diante de situações semelhantes devido a falta de padronização, instruções de trabalho, capacitações …
  • A manutenção corretiva tem carga excessiva?
    • Ou seja, a falta de uma solução definitiva na execução da corretiva provoca reincidências de falhas (retrabalho) …
    • Ou, a manutenção preventiva é desacretidada e desestimulada mesmo quando reconhecida como uma solução estratégica para diminuição das corretivas devido ao aumento de produção …
  • A execução da manutenção corretiva contêm desperdícios?
    • Ou seja, desperdicios de: movimentação desnecessária; tempo de espera; má utilização das ferramentas e equipamentos; má gestão do inventário; trabalho improdutivo; gestão de dados ineficaz; repetição do trabalho; mau aproveitamento do potencial humano.

Se você acha complicado fazer gestão de forma estratégica e simples, imagina tentar administrar a área de manutenção sem um propósito e metas claras, nem a definição de planos ou tampouco o monitoramento e avaliação do desempenho dos processos, estratégias e pessoas.

A falta de orientação quanto as rotinas de manutenção pode gerar um histórico não confiável, falta de acesso ao arquivo técnico, inadequação de ferramentas, desorganização na oficina, dificuldades no fluxo de comunicação pela ausência de f ormalização da estrutura ou sistematização da gestão das ordens de serviço.

Portanto, foco e simplicidade devem estar conectados na gestão da manutenção, pois, quando não temos clareza dos objetivos e tornamos as soluções mais difíceis de compreender, a tendência é que haja acúmulo de informações inúteis para tomada de decisão, aplicação equivocada dos recursos em atividades que não agregam valor e criação exagerada de etapas que consumem o tempo, a energia e o comprometimento das pessoas.

Dica Gênesis para o Gestor:

Antes de sair acreditando e aplicando a “solução mágica ” na manutenção é melhor conferir:

  • Quais recursos, tecnologias e conhecimentos são necessários?
  • Qual retorno sobre o investimento (ganhos financeiros)?
  • Quais são os custos e prazos necessários?
  • Quais necessidades das partes interessadas serão atendidas, a ponto de ocorrer o comprometimento dos mesmos?

Autores: Mara Rejane Fernandes e Moisés Fernandes Dias

Conteúdo Relacionado